Esta alteração morfológica na superfície da membrana da hemácia representa a desnaturação irreversível da hemoglobina. Alguns autores a descrevem como semelhante a um "nariz de palhaço" pelo seu formato arredondado e proeminente. A desnaturação oxidativa da molécula de hemoglobina ocorre em cerca de 1 - 2 % das hemácias de felinos normais devido ao fato de conter maior quantidade de radicais sulfidrila reativos. A observação dos Corpúsculos de Heinz pode ser feita em lâminas coradas com Giemsa (lado esquerdo) ou mesmo empregando-se o Novo azul de Metileno ( Lado direito) com o qual adquire a coloração azulada. Nos cães aparecem como pequenas projeções que podem ser múltiplas e nos gatos como única e grande estrutura. As causas da formação dos corpúsculos são geralmente relacionadas a intoxicação por determinadas substâncias como benzocaína, propofol, alho, cebola, acetominofen e anti-sépticos de vias urinárias. Outros distúrbios associados a sua formação nos gatos são diabetes melito, hipertireiodismo e linfoma. A importância clínica do achado de corpúsculos de Heinz no hemograma está na possibilidade do paciente desenvolver quadro hemolítico grave.
Este blog tem o intuito de expor imagens de alterações hematológicas, parasitárias, urinárias entre outras, servindo como uma ferramenta dinâmica tanto para o setor acadêmico como para os já profissionais da medicina veterinária.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
terça-feira, 17 de maio de 2016
ANÁLISE DE EFUSÕES
A coleta de efusão é recomendada em
situações de acúmulo excessivo de líquido nas cavidades corpóreas tanto como medida
terapêutica como para o diagnóstico da enfermidade a originou. O desequilíbrio
na movimentação dos fluidos é determinado por alteração nas forças que mantém a
quantidades constantes de líquido entre as estruturas cavitárias. De maneira a
tornar a compreensão da interação entre forças de filtração e reabsorção dos líquidos
mais fácil são identificadas quatro circunstâncias determinantes que geram o acúmulo
patológico de líquido nas cavidades serosas estas são: a diminuição pressão oncótica
do plasma, elevação da pressão hidrostática dos capilares sanguíneos, por
aumento da permeabilidade capilar ou redução da capacidade de drenagem dos capilares
linfáticos são as circunstâncias
Causas de diminuição
da concentração das proteínas plasmáticas incluem deficiências nutricionais
severas, insuficiência hepática, distúrbios gastroentéricos, perda de proteínas
por glomerulopatias e queimadura graves.
Neste caso basta fazer os seguintes questionamentos o animal não come? O
animal não absorve? O animal não sintetiza? Ou o animal está perdendo proteína?
Ele com certeza irá se encaixar em algum ou mais destes se a causa da efusão
for hipoproteinemia.
O aumento da
pressão hidrostática capilar pode ser resultado de insuficiência cardíaca
congestiva, cardiomiopatias, compressão de vasos por neoplasias, trombose
pulmonar e inflamação.
O acúmulo de
líquidos nos tecidos por elevação da permeabilidade secundária à reações alérgicas
mediada pela histamina resulta no extravasamento de proteínas para o
interstício que aumenta da pressão coloidosmótica intersticial com consequentes
acúmulo de líquido no tecido.
O último mecanismo,
a obstrução linfática, diminui o retorno do líquido para a circulação e leva ao
acúmulo de proteínas nos tecidos o que resulta em aumento gradual e contínuo de
líquidos no interstício. As causas são lesões em vasos linfáticos por
traumatismo, processos inflamatórios, neoplasia primárias (linfoma ou timoma)
ou secundária a metástases de outros tecidos, abcessos que resultem em
compressão dos vasos linfáticos, parasitas (microfilárias) e procedimentos
cirúrgicos de remoção da cadeia linfática.
A classificação da
efusão cavitária em transudato, transudato modificado ou exsudato é baseada em características
físicas, químicas e citológicas que permitem a identificação do processo fisiopatológico
que lhe deu origem e desta maneira possui grande valor diagnóstico.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
sábado, 16 de abril de 2016
PRIMEIRA IDENTIFICAÇÃO DE LEISHMANIA (LEISHMANIA) INFANTUM CHAGASI EM SECREÇÃO MAMÁRIA CANINA
PRIMEIRA IDENTIFICAÇÃO DE LEISHMANIA (LEISHMANIA) INFANTUM CHAGASI EM SECREÇÃO MAMÁRIA CANINA
http://www.cbpv.org.br/congressos/parasitologia_2014_anais_online/trabalhos/trabalho_1777.html
terça-feira, 12 de abril de 2016
Por que as hemácias estão em rouleaux ?
Alguns veterinários já devem ter reparado numa
palavrinha bem comum e que quase todo animal apresenta em seu laudo de
hemograma, o rouleaux. O termo rouleaux leva esse nome devido a conformação que
os eritrócitos se dispõe no esfregaço sanguíneo lembrando uma pilhas de moedas.
Algumas espécies apresentam maior tendência a agregação outras menos, todavia
qualquer paciente animal é passível de demonstrar tal alteração. O princípio
básico para a formação de rouleaux está na carga elétrica da superfície das
hemácias e a interação desta com a carga elétrica das proteínas presentes no
plasma sanguíneo. As hemácias possuem carga negativa em sua superfície que faz
com que tenham a propriedade de se repelir, este fenômeno leva o nome de
potencial zeta. O que pode levar a pensar porque afinal elas ficam enfileiradas,
todas juntinhas parecendo uma fila indiana? Uma das hipóteses mais aceitas é
que as proteínas presentes no plasma são carregadas positivamente, globulinas
mais até que a albumina, e estas são capazes de neutralizar a carga negativa da
superfície das hemácias fazendo-as ficar cada vez mais próximas umas das
outras. Nos equinos a formação de rouleaux é facilmente observada pois a
superfície das hemácias desta espécie é fracamente carregada de cargas
negativas, ou seja, são neutralizadas com maior facilidade do que as hemácias
de outras espécies. Existe ainda a possibilidade de formação de rouleaux
relacionada a enfermidades de caráter inflamatório quando há elevação de
imunoglobulinas ou fibrinogênio. Caso o seu paciente não seja um equídeo,
que já são naturalmente propensos a este fenômeno, é importante investigar com
cautela a razão que levou a demonstrar a formação do rouleaux.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
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