quarta-feira, 20 de julho de 2011

Métodos de Diagnóstico da Leishmaniose Visceral

O diagnóstico laboratorial da LVC é baseado em dados epidemiológicos, clínicos, bioquímicos
e firmado por métodos diretos, indiretos ou por avaliação da imunidade celular (NSP/VPP, 2002;
MAIA e CAMPINO, 2008).

Métodos Diretos

Eles são assim denomidados por permitirem a identificação direta do parasito na forma
amastigota, quando proveniente de tecido animal, e na forma promastigota, a partir do cultivo e
do trato digestivo de flebotomíneos infectados (Figura 1) (IKEDA-GARCIA e FEITOSA, 2007).
São eles: A pesquisa direta do parasito em esfregaços corados de tecidos ( linfonodo, baço, medula
óssea ou sangue), cultivo de aspirado de medula óssea ou linfonodo em diversos meios específicos,
tais como NNN (Novy-MacNeil-Nicole) e em meio BHI (infusão de cérebro e coração), o Xenodiagnóstico,
histopatologia, em cortes histológicos corados pela Hematoxilina e Eosina (HE) ou aplicando-se o
método imuno-histoquímico (IHQ) ( XAVIER et al., 2006; MAIA e CAMPINO, 2008).

Figura 1- Formas amastigotas de Leishmania chagasi no interior de macrófago. Aspirado de linfonodo poplíteo. Coloração de Panótico. Objetiva 100x.
Métodos Indiretos
Os métodos sorológicos para detecção de anticorpos circulantes anti-Leishmania são, entre
outros, a imunofluorescência indireta (RIFI), o teste de ELISA (enzymelinked immunosorbent assay),
Western blotting (WB) e citometria de fluxo(BRASIL, 2006; IKEDA-GARCIA e FEITOSA, 2007).
Biologia Molecular
O diagnóstico pela reação em cadeia da polimerase (PCR) tem por princípio a amplificação do DNA do parasito. A técnica possui alta especificidade e sensibilidade na identificação do DNA parasitário em tecidos e fluidos (NOLI, 1999; MOREIRA et.
al, 2007). Diferentes tipos de amostras biológicas podem ser utilizadas,
tais como aspirados esplênicos, de medula óssea, de linfonodos e sangue DNA de Leishmania também foi encontrado em tecidos que não são usualmente utilizados na rotina como pulmão, coração, leite, placenta, urina, sêmen e líquido cefalorraquidiano (ANDRADE et al., 2002; DINIZ et al., 2005; FRANCESCHI et al., 2006;GONÇALVES et al., 2006; MAIA E CAMPINO, 2008). Apesar disso é mais usada na pesquisa que em inquéritos epidemiológicos ou no diagnóstico de rotina devido ao seu alto custo operacional.
Bibliografia consultada

ANDRADE, H.; TOLEDO, V.; MARQUES, M.; SILVA, J.; TAFURI, W.; MAYRINK, W.; GENARO, O. Leishmania (Leishmania) chagasi is not vertically transmitted in dogs. Veterinary Parasitology, n.103, p.71–81, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral, Brasília, ed.2, p.120, 2006.

DINIZ, S.; MELO, M.; BORGES, A.; BUENO, R.; REIS, B.; TAFURI, W. NASCIMENTO, E.; SANTOS, R. Genital lesions associated with visceral leishmaniosis and shedding of Leishmania sp. in semen

of naturally infected dogs. Veterinary Pathology, n. 42, p.650–658, 2005.


FRANCESCHI, A.; MERILDI, V.; GUIDI, G.; MANCIANTI, F. Occurrence of Leishmania DNA in urines of dogs naturally infected with leishmaniasis. Veterinary Research Communications . n. 31, p.335–341. 2006.

GONÇALVES, M. E.; PEREIRA, F. V.; DIAS, A. K. K.; IRIKURA, S.; FEITOSA, M. M.; NUNES, C. M. Detecção de DNA de Leishmania sp. em líquor de cães procedentes de área endêmica para leishmaniose visceral canina. 1º Fórum sobre Leishmaniose visceral canina. Jaboticabal. 2006.


IKEDA-GARCIA, F. A. e FEITOSA, M. M. Métodos diagnósticos da leishmaniose visceral canina.
Revista Clínica Veterinária, n. 71, p. 34-9, 2007.

MAIA C, CAMPINO L. Methods for diagnosis of canine leishmaniasis and immune response to infection. Veterinary Parasitology, v.158, n.4, p. 274-278, 2008.

MOREIRA, M.A.; LUVIZOTTO, M.C.; GARCIA, J.F.; CORBETT, C.E.; LAURENTI, M.D.Comparison of parasitological, immunological and molecular methods for the diagnosis of leishmaniasis in dogs with different clinical signs. Veterinary Parasitology, n.145, p. 245-252, 2007.


NOLI, C. Canine Leishmaniasis. Waltham Focus, v.9, p.16-24. 1999.

NSP/VPP- National Security Education Program/Voluntary Protection Program – Leishmaniosis (2002). Leishmaniose em cães, Disponível em http://www.vet.uga.edu/vpp/nsep/Brazil2002/leishmania/Port/Leish02.htm. Acesso em: 11 de março de 2010.

XAVIER, S. C., ANDRADE, H. M.; MONTE, S. J. H.; CHIARELLI, I. M.; LIMA, W. G.; MICHALICK, M.S.M.; TAFURI, W. L. Comparison of paraffin-embedded skin biopsies from different anatomical regions as sampling methods for detection of Leishmania infection in dogs using histological, immunohistochemical and PCR methods. BMC Veterinary Research, v.2, p.17. 2006.

Nenhum comentário:

HEMATOLOGIA DO PORCO

Hemograma de porco doméstico A criação de pets não convencionais vem crescendo com o passar dos anos. Conforme o tempo vai passa...