O diagnóstico laboratorial da LVC é baseado em dados epidemiológicos, clínicos, bioquímicos
e firmado por métodos diretos, indiretos ou por avaliação da imunidade celular (NSP/VPP, 2002;
MAIA e CAMPINO, 2008).
Métodos Diretos
Eles são assim denomidados por permitirem a identificação direta do parasito na forma
amastigota, quando proveniente de tecido animal, e na forma promastigota, a partir do cultivo e
do trato digestivo de flebotomíneos infectados (Figura 1) (IKEDA-GARCIA e FEITOSA, 2007).
São eles: A pesquisa direta do parasito em esfregaços corados de tecidos ( linfonodo, baço, medula
óssea ou sangue), cultivo de aspirado de medula óssea ou linfonodo em diversos meios específicos,
tais como NNN (Novy-MacNeil-Nicole) e em meio BHI (infusão de cérebro e coração), o Xenodiagnóstico,
histopatologia, em cortes histológicos corados pela Hematoxilina e Eosina (HE) ou aplicando-se o
método imuno-histoquímico (IHQ) ( XAVIER et al., 2006; MAIA e CAMPINO, 2008).
Figura 1- Formas amastigotas de Leishmania chagasi no interior de macrófago. Aspirado de linfonodo poplíteo. Coloração de Panótico. Objetiva 100x.
Métodos Indiretos
Os métodos sorológicos para detecção de anticorpos circulantes anti-Leishmania são, entre
outros, a imunofluorescência indireta (RIFI), o teste de ELISA (enzymelinked immunosorbent assay),
Western blotting (WB) e citometria de fluxo(BRASIL, 2006; IKEDA-GARCIA e FEITOSA, 2007).
Biologia Molecular
O diagnóstico pela reação em cadeia da polimerase (PCR) tem por princípio a amplificação do DNA do parasito. A técnica possui alta especificidade e sensibilidade na identificação do DNA parasitário em tecidos e fluidos (NOLI, 1999; MOREIRA et.
al, 2007). Diferentes tipos de amostras biológicas podem ser utilizadas,
tais como aspirados esplênicos, de medula óssea, de linfonodos e sangue DNA de Leishmania também foi encontrado em tecidos que não são usualmente utilizados na rotina como pulmão, coração, leite, placenta, urina, sêmen e líquido cefalorraquidiano (ANDRADE et al., 2002; DINIZ et al., 2005; FRANCESCHI et al., 2006;GONÇALVES et al., 2006; MAIA E CAMPINO, 2008). Apesar disso é mais usada na pesquisa que em inquéritos epidemiológicos ou no diagnóstico de rotina devido ao seu alto custo operacional.
Bibliografia consultada
ANDRADE, H.; TOLEDO, V.; MARQUES, M.; SILVA, J.; TAFURI, W.; MAYRINK, W.; GENARO, O. Leishmania (Leishmania) chagasi is not vertically transmitted in dogs. Veterinary Parasitology, n.103, p.71–81, 2002.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral, Brasília, ed.2, p.120, 2006.
DINIZ, S.; MELO, M.; BORGES, A.; BUENO, R.; REIS, B.; TAFURI, W. NASCIMENTO, E.; SANTOS, R. Genital lesions associated with visceral leishmaniosis and shedding of Leishmania sp. in semen
of naturally infected dogs. Veterinary Pathology, n. 42, p.650–658, 2005.
FRANCESCHI, A.; MERILDI, V.; GUIDI, G.; MANCIANTI, F. Occurrence of Leishmania DNA in urines of dogs naturally infected with leishmaniasis. Veterinary Research Communications . n. 31, p.335–341. 2006.
GONÇALVES, M. E.; PEREIRA, F. V.; DIAS, A. K. K.; IRIKURA, S.; FEITOSA, M. M.; NUNES, C. M. Detecção de DNA de Leishmania sp. em líquor de cães procedentes de área endêmica para leishmaniose visceral canina. 1º Fórum sobre Leishmaniose visceral canina. Jaboticabal. 2006.
IKEDA-GARCIA, F. A. e FEITOSA, M. M. Métodos diagnósticos da leishmaniose visceral canina.
Revista Clínica Veterinária, n. 71, p. 34-9, 2007.
MAIA C, CAMPINO L. Methods for diagnosis of canine leishmaniasis and immune response to infection. Veterinary Parasitology, v.158, n.4, p. 274-278, 2008.
MOREIRA, M.A.; LUVIZOTTO, M.C.; GARCIA, J.F.; CORBETT, C.E.; LAURENTI, M.D.Comparison of parasitological, immunological and molecular methods for the diagnosis of leishmaniasis in dogs with different clinical signs. Veterinary Parasitology, n.145, p. 245-252, 2007.
NOLI, C. Canine Leishmaniasis. Waltham Focus, v.9, p.16-24. 1999.
NSP/VPP- National Security Education Program/Voluntary Protection Program – Leishmaniosis (2002). Leishmaniose em cães, Disponível em http://www.vet.uga.edu/vpp/nsep/Brazil2002/leishmania/Port/Leish02.htm. Acesso em: 11 de março de 2010.
XAVIER, S. C., ANDRADE, H. M.; MONTE, S. J. H.; CHIARELLI, I. M.; LIMA, W. G.; MICHALICK, M.S.M.; TAFURI, W. L. Comparison of paraffin-embedded skin biopsies from different anatomical regions as sampling methods for detection of Leishmania infection in dogs using histological, immunohistochemical and PCR methods. BMC Veterinary Research, v.2, p.17. 2006.