Alguns veterinários já devem ter reparado numa
palavrinha bem comum e que quase todo animal apresenta em seu laudo de
hemograma, o rouleaux. O termo rouleaux leva esse nome devido a conformação que
os eritrócitos se dispõe no esfregaço sanguíneo lembrando uma pilhas de moedas.
Algumas espécies apresentam maior tendência a agregação outras menos, todavia
qualquer paciente animal é passível de demonstrar tal alteração. O princípio
básico para a formação de rouleaux está na carga elétrica da superfície das
hemácias e a interação desta com a carga elétrica das proteínas presentes no
plasma sanguíneo. As hemácias possuem carga negativa em sua superfície que faz
com que tenham a propriedade de se repelir, este fenômeno leva o nome de
potencial zeta. O que pode levar a pensar porque afinal elas ficam enfileiradas,
todas juntinhas parecendo uma fila indiana? Uma das hipóteses mais aceitas é
que as proteínas presentes no plasma são carregadas positivamente, globulinas
mais até que a albumina, e estas são capazes de neutralizar a carga negativa da
superfície das hemácias fazendo-as ficar cada vez mais próximas umas das
outras. Nos equinos a formação de rouleaux é facilmente observada pois a
superfície das hemácias desta espécie é fracamente carregada de cargas
negativas, ou seja, são neutralizadas com maior facilidade do que as hemácias
de outras espécies. Existe ainda a possibilidade de formação de rouleaux
relacionada a enfermidades de caráter inflamatório quando há elevação de
imunoglobulinas ou fibrinogênio. Caso o seu paciente não seja um equídeo,
que já são naturalmente propensos a este fenômeno, é importante investigar com
cautela a razão que levou a demonstrar a formação do rouleaux.