segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nem todo tumor peniano é TVT















Fotomicrografia - Carcinoma de prepúcio de canino, srd, pelagem branca, alduto residente de ONG de proteção aos animais. O animal apresentava uma lesão de bordos elevados e superfície ulcerada em região de prepúcio que se estendia para o abdome. A citologia revelou presença de células epiteliais dimórficas, com cromatina grosseira vacuolizada, nucléolo único e proeminente algumas realizando citofagocitose. Ao fundo é possível visualizar infiltrado inflamatório predominantemente formado por neutrófilos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Métodos de Diagnóstico da Leishmaniose Visceral

O diagnóstico laboratorial da LVC é baseado em dados epidemiológicos, clínicos, bioquímicos
e firmado por métodos diretos, indiretos ou por avaliação da imunidade celular (NSP/VPP, 2002;
MAIA e CAMPINO, 2008).

Métodos Diretos

Eles são assim denomidados por permitirem a identificação direta do parasito na forma
amastigota, quando proveniente de tecido animal, e na forma promastigota, a partir do cultivo e
do trato digestivo de flebotomíneos infectados (Figura 1) (IKEDA-GARCIA e FEITOSA, 2007).
São eles: A pesquisa direta do parasito em esfregaços corados de tecidos ( linfonodo, baço, medula
óssea ou sangue), cultivo de aspirado de medula óssea ou linfonodo em diversos meios específicos,
tais como NNN (Novy-MacNeil-Nicole) e em meio BHI (infusão de cérebro e coração), o Xenodiagnóstico,
histopatologia, em cortes histológicos corados pela Hematoxilina e Eosina (HE) ou aplicando-se o
método imuno-histoquímico (IHQ) ( XAVIER et al., 2006; MAIA e CAMPINO, 2008).

Figura 1- Formas amastigotas de Leishmania chagasi no interior de macrófago. Aspirado de linfonodo poplíteo. Coloração de Panótico. Objetiva 100x.
Métodos Indiretos
Os métodos sorológicos para detecção de anticorpos circulantes anti-Leishmania são, entre
outros, a imunofluorescência indireta (RIFI), o teste de ELISA (enzymelinked immunosorbent assay),
Western blotting (WB) e citometria de fluxo(BRASIL, 2006; IKEDA-GARCIA e FEITOSA, 2007).
Biologia Molecular
O diagnóstico pela reação em cadeia da polimerase (PCR) tem por princípio a amplificação do DNA do parasito. A técnica possui alta especificidade e sensibilidade na identificação do DNA parasitário em tecidos e fluidos (NOLI, 1999; MOREIRA et.
al, 2007). Diferentes tipos de amostras biológicas podem ser utilizadas,
tais como aspirados esplênicos, de medula óssea, de linfonodos e sangue DNA de Leishmania também foi encontrado em tecidos que não são usualmente utilizados na rotina como pulmão, coração, leite, placenta, urina, sêmen e líquido cefalorraquidiano (ANDRADE et al., 2002; DINIZ et al., 2005; FRANCESCHI et al., 2006;GONÇALVES et al., 2006; MAIA E CAMPINO, 2008). Apesar disso é mais usada na pesquisa que em inquéritos epidemiológicos ou no diagnóstico de rotina devido ao seu alto custo operacional.
Bibliografia consultada

ANDRADE, H.; TOLEDO, V.; MARQUES, M.; SILVA, J.; TAFURI, W.; MAYRINK, W.; GENARO, O. Leishmania (Leishmania) chagasi is not vertically transmitted in dogs. Veterinary Parasitology, n.103, p.71–81, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral, Brasília, ed.2, p.120, 2006.

DINIZ, S.; MELO, M.; BORGES, A.; BUENO, R.; REIS, B.; TAFURI, W. NASCIMENTO, E.; SANTOS, R. Genital lesions associated with visceral leishmaniosis and shedding of Leishmania sp. in semen

of naturally infected dogs. Veterinary Pathology, n. 42, p.650–658, 2005.


FRANCESCHI, A.; MERILDI, V.; GUIDI, G.; MANCIANTI, F. Occurrence of Leishmania DNA in urines of dogs naturally infected with leishmaniasis. Veterinary Research Communications . n. 31, p.335–341. 2006.

GONÇALVES, M. E.; PEREIRA, F. V.; DIAS, A. K. K.; IRIKURA, S.; FEITOSA, M. M.; NUNES, C. M. Detecção de DNA de Leishmania sp. em líquor de cães procedentes de área endêmica para leishmaniose visceral canina. 1º Fórum sobre Leishmaniose visceral canina. Jaboticabal. 2006.


IKEDA-GARCIA, F. A. e FEITOSA, M. M. Métodos diagnósticos da leishmaniose visceral canina.
Revista Clínica Veterinária, n. 71, p. 34-9, 2007.

MAIA C, CAMPINO L. Methods for diagnosis of canine leishmaniasis and immune response to infection. Veterinary Parasitology, v.158, n.4, p. 274-278, 2008.

MOREIRA, M.A.; LUVIZOTTO, M.C.; GARCIA, J.F.; CORBETT, C.E.; LAURENTI, M.D.Comparison of parasitological, immunological and molecular methods for the diagnosis of leishmaniasis in dogs with different clinical signs. Veterinary Parasitology, n.145, p. 245-252, 2007.


NOLI, C. Canine Leishmaniasis. Waltham Focus, v.9, p.16-24. 1999.

NSP/VPP- National Security Education Program/Voluntary Protection Program – Leishmaniosis (2002). Leishmaniose em cães, Disponível em http://www.vet.uga.edu/vpp/nsep/Brazil2002/leishmania/Port/Leish02.htm. Acesso em: 11 de março de 2010.

XAVIER, S. C., ANDRADE, H. M.; MONTE, S. J. H.; CHIARELLI, I. M.; LIMA, W. G.; MICHALICK, M.S.M.; TAFURI, W. L. Comparison of paraffin-embedded skin biopsies from different anatomical regions as sampling methods for detection of Leishmania infection in dogs using histological, immunohistochemical and PCR methods. BMC Veterinary Research, v.2, p.17. 2006.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

UROPERITONIO

Faz um tempo chegou um felino que apresentou aumento do volume abdominal. Ficou aquela dúvida no ar. Será que é PIF( Peritonite Infecciosa Felina) ou Peritonite séptica. A avaliação clínica percebeu-se que a bexiga estava repleta e foi coletada a urina do animal pressionando-a. Coletou-se também o líquido abdominal.
Figura 1 - Características da efusão adbominal (1) e da urina (2).
Figura 2- Avaliação do sedimento urinário. Objetiva 40X.

Figura 3- Avaliação do sedimento obtido da efusão abdominal. Objetiva 40X.

Figura 3- Avaliação do sedimento corado obtido da efusão abdominal demonstrando debris celulares e bactérias intracitoplasmáticas. Coloração de Panótico. Objetiva 40X.
Através da análise percebeu-se que poderia se tratar de ruptura de bexiga secundária a infecção do trato urinário já que ambos sedimentos eram muito semelhantes. Concomitante a estes exames foi realizada a coleta de bioquímicos de uréia plasmática e da efusão obtendo um valor de uréia da efusão superior a uréia plasmática, que também estava aumentada, o que elevou nossa suspeita. O animal foi submetido a sondagem uretral, a laparotomia exploratória, verificado o local de ruptura da bexiga, realizada a sutura e lavagem da cavidade abdominal. Apesar o esforço o paciente veio a óbito alguns dias depois.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Isospora canis


Sabe aquela diarréia que não se cura, você já deu duzentos tipos diferentes de vermífugo, do comercial até erva de santa maria, pois é, pode ser causada pela Isospora e não vai adiantar nada ficar mudando a medicação sem ter um diagnóstico conclusivo. O exame de flutuação fecal facilmente irá indicar a presença deste coccídeo. Bom para o médico, para o cliente e principalmente para o paciente.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Insuficiência Renal Aguda X Insuficiência Renal Crônica


Oi pessoas ! Retornei com um tema que volta e meia surge na clínica veterinária. Afinal qual a diferença entre a Insuficiência Renal Aguda (I.R.A.) e a Insuficiência Renal Crônica (I.R.C.) e como saber qual destas duas enfermidades está afetando o animal que atendi no consultório ou clínica ou hospital.
Por definição a insuficiência renal crônica é uma doença relacionada com a perda progressiva de nefrons e é IRREVERSÍVEL ( um animal renal crônico sempre será renal crônico). Por outro lado na insuficiência renal aguda, como o próprio nome já diz, é causada pela perda de função brusca dos rins e se tratada prontamente, dependo da causa, pode ser revertida.
As alterações laboratoriais que podem ser encontradas na I.R.C. são: anemia, acidose, hipocalemia, hipocalcemia, aumento de uréia e creatinina plasmática e proteinúria.
Na I.R.A. as alterações laboratoriais estão diretamente relacionadas as causas da insuficiência decorrentes da diminuição da perfusão renal, deposição massiva de complexos antígeno-anticorpo, injúria tóxica, infecções renais e por causas pós-renais. São exemplos de doenças causadoras de I.R.A: piometra, hipovolemia, obstrução uretral, insuficiência cardíaca, desidratação, entre outras. Vale ressaltar que a anemia neste caso não é uma conseqüência da doença, mas pode sim ser causadora da perda aguda da função renal caso não seja corrigida. Um animal que sofre I.R.A. tem os índices de uréia e creatinina muito mais elevados quando comparados aos portadores de I.R.C. Podem ser oligúricos ou não e geralmente são hipercalemicos.
A urinálise é excelente método de diagnóstico quando se trata de doenças do trato urinário e deve ser sempre solicitada em caso de dúvida entre os dois tipos de insuficiência, pois na IRC geralmente ela vem acompanhada de diminuição da densidade urinária, proteinúria e como a urina se encontra muito diluída é pobre em células e cilindros, já na IRA pode ser verificada uma urina rica em células ( renais, vesicais, leucócitos ou hemácias ) além de grande número de cilindros.
Para finalizar preparei um esquema simplificado sobre o tema.


Papel de parede - Macroconídeos

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Qual é o seu diagnóstico ?

Resposta:
a- Nódulo Frontal formado a partir da infecção por Cryptococcus neformans
b- Formas leveduriformes oriundas do nódulos cordas por P.A.S.
c- Formas leveduriformes encontradas no líquor do animal coradas por Panótico
d- Crescimento de Cryptococcus neformans em diferentes meios de cultivo.

sábado, 30 de abril de 2011

Coleta de líquido peritoneal em pequenos animais

Figura 1 - Felino adulto, fêmea com suspeita de Peritonite Infeciosa Felina.

Figura 2- Demonstração do aumento do volume abdominal.
Figura 3- Materiais necessários para a paracentese
Figura 4- Como localizar o local de coleta de material.
Figura 5- Local de punção.
Figura 6- Utilização de Scalp para coleta de líquido peritoneal.
Figura 7- Líquido obtido pela técnia de paracentese do paciente felino. Observar aspecto levemente turvo.Geralmente coleta-se em dois ou mais tubos caso haja necessidade de dosagens bioquímicas e cultivo bacteriano.
Figura 8- Fotomigrografia da análise citológica do líquido demonstrando neutrófilos íntegros e hemácias ao fundo.

Figura 9- Resultado do exame realizado com a efusão peritoneal.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cálculo de Fluidoterapia para pequenos animais


Sei que o tema foge um pouco do objetivo do blog e que o tema é muito mais abrangente do que este esquema resumido (por essa razão indico que estudem sobre o tema antes de utilizar esta ferramenta), mas espero auxiliá-los com esta planilha que preparei.
Basta preencher os campos em branco.
Clique aqui para salvá-la em seu computador ou acesse o endereço do pendrive virtual do nosso blog:

É necessário ter instalado em seu computador o Excel ou o Infopath da Microsoft.

sábado, 2 de abril de 2011

Dermatofitose - raspado de pele


Figura1- Fotomicrografia de estruturas fúngicas, esporos, em região ectotrix do pêlo observadas após clarificação com KOH ( Objetiva 40 X).
Figura 2- Fotomicrografia de estruturas fúngicas, esporos, em região ectotrix do pêlo observadas após clarificação com KOH ( Objetiva 40 X).

Figura 3- Fotomicrografia de estruturas fúngicas, hifas e esporos, em região ectotrix do pêlo observadas após clarificação com KOH ( Objetiva 40 X).


Figura 4- Fotomicrografia de estruturas fúngicas, hifas, em raspado de pele utilizando a técnica de azul de algodão ( Objetiva 40 X).

Figura 5- Fotomicrografia de estruturas fúngicas, hifas e esporos, em região ectotrix do pêlo utilizando a técnica de azul de algodão ( Objetiva 40 X).



quinta-feira, 17 de março de 2011

Mastocitoma canino - Diagnóstico e Esquema terapêutico




Primeiramente temos que lembrar que TODO mastocitoma deve ser considerado uma neoplasia maligna devido ao seu comportamento biológico imprevisível e pela capacidade de infiltração em tecidos adjacentes. Não só no caso do mastocitoma mas qualquer forma de neoformação deve ser investigada pelo médico veterinário. A citologia e a histopatologia são as principais ferramentas utilizadas no diagnóstico final desta neoplasia.
O exame citológico (Figura 1) muitas vezes é conclusivo, exceto em neoplasias indiferenciadas, quando se faz necessário análises histológicas com colorações especiais ou mesmo imuno-histoquímica.
A avaliação citológica revela de média à grande quantidade de células que descamam individualmente e em neoplasias diferenciadas há grande quantidade de grânulos metacromáticos intracitoplasmáticos de modo a incubrir o núcleo. A presença de eosinófilos ao exame citopatológico é um aspecto importante.

Figura 1-Citologia de Mastocitoma canino.Visualização de grande quantidade mastócitos pouco diferenciados e ao fundo algumas hemácias e eosinófilos.Panótico. Objetiva de 100x.



O exame histológico é muito utilizado pois além de determinar a etiologia tumoral permite avaliar grau de malignidade e se a margem cirúrgica foi suficiente (Figura 2).

Figura 2-Histopatologia de Mastocitoma canino.Visualização de grande quantidade mastócitos pouco diferenciados entremeados em fibras colágenas e poucos polimorfonucleares.HE. Objetiva de 40x.

O tratamento clínico através de corticosteróides é amplamente utilizado e deve ser utilizado em todo animal que for diagnósticado com a enfermidade, porém dependendo do estágio clínico e grau de malignidade devem ser associadas outras modalidades terapêuticas (Figura 3).
Figura 3- Esquema terapêutico do mastocitoma canino.

Tendo isso exposto espero ter auxiliado um pouco no que diz respeito a alguns dos pontos que considero mais pertinentes sobre o Mastocitoma canino.

terça-feira, 1 de março de 2011

Parasitas Gastrointestinais dos Felinos Domésticos

Figura 1- Principais endoparasitas dos felinos domésticos.

— Os vermes intestinais são parasitas que, quando adultos, instalam-se no aparelho digestivo e trazem riscos para a saúde
Os gatos podem constantemente se infectar por vermes intestinais por diversas maneiras:
◦ingestão de ovos e larvas presentes no ambiente;
◦penetração de larvas presentes no ambiente através da pele do animal;
◦ingestão de vetores (pulgas e piolhos);
◦ingestão de hospedeiros paratênicos (roedores);
◦transmissão da mãe para os filhotes através da amamentação.

Toxocara cati
—Classe Nematoda
—Superfamília Ascaridoidea
—Localização: Intestino delgado
—Distribuição: mundial
—Hospedeiro: Gato
—Patogenia:
◦Retardo no crescimento
◦Aumento de volume abdominal, diarréia, pelagem

opaca

◦Possível responsável pela larva migrans visceral
—Diagnóstico:
◦Adulto é grande , redondo e esbranquiçado
◦Ovos com casca espessa com escavações e quase incolor
◦Método de flutuação fecal

Toxocara Leonina
—Classe Nematoda
—Superfamília Ascaridoidea
—Localização: Intestino delgado
—Distribuição: mundial
—Hospedeiro: Cão e Gato
—Patogenia:
◦Retardo no crescimento
◦Aumento de volume abdominal, diarréia, pelagem

opaca

—Diagnóstico:

◦Adulto é grande , redondo e esbranquiçado. Diferenciação pelas asas cervicais
◦Ovos com casca espessa lisa e são levemente ovais
◦Método de flutuação fecal

Ancylostoma sp. e Uncinaria sp.
Classe Nematoda
—Superfamília Strongyloidea
—Localização: Intestino delgado
—Distribuição: Trópicos e regiões

temperadas

—Hospedeiro: Gato e cão
—Patogenia:
◦Dermatites interdigitais
◦Lesões pulmonares
◦Hipoalbuminemia e anemia
◦Pelagem opaca

—Diagnóstico:

◦Ovos com casca delgada e lisa
◦Método de flutuação fecal


Taenia taeniformes
—Classe Cestoda
—Família Taeniidae
—Localização: Intestino delgado
—Tamanho: 60 cm
—Hospedeiro: Gato
—HI : camundongos
—Larva:Cysticercus asciolaris(fígado)
—Sinais clínicos: Diarréia e obstrução intestinal
- Diagnóstico:
* Detecção de proglotes nas fezes ou em pêlos da região perianal.
* Detecção de ovos de tenídeos individuais por exame de flutuação fecal

Dipylidium caninum
—Classe Cestoda
—Família Dilepididae
—Localização: Intestino delgado
—Hospedeiros: Gato e cão
—HI : Pulga ( Ctenocephalides canis, C. felis e pulex irritans) e Piolhos
(Trichodectes canis)
—Distribuição Mundial
—Tamanho: Cestóide -adulto pode ter mais de 50 cm
—Diagnóstico:
◦Difícil o encontro da cápsula ovígera em exames de fezes
◦Proglotes encontradas em fezes frescas (móveis)
◦Presença de pulgas ou piolhos ( casos suspeitos)
—Sinais Clínicos:
◦Assintomático
◦prurido peri-anal
Autor:
Polliana A. Franco
Médica Veterinária
Mestre em Ciência Animal pela UFMS

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Peritonite Infecciosa Felina



Definição:
Doença infecto-contagiosa, sistêmica, progressiva e fatal causada por vírus.

Agente Etiológico:
Pertence ao Grupo Coronavírus felino (FCoV), composto pelo Vírus da Peritonite Infecciosa felina (VPIF) e pelo coronavírus entérico (VECV). Ambos são morfologicamente semelhantes e antigenicamente distinguíveis.
Os dois podem seguir pela via hematógena, porém só o FIVP replica-se em macrófagos e causa doença sistêmica. O VPIF é uma mutação do genoma do coronavírus entérico.

Fonte da Imagem: www.microbiologybytes.com

Hospedeiro:

Pode acometer felinos domésticos e silvestres

Epidemiologia:

Sua distribuição é mundial, parece possuir predisposição etária dos 6 meses aos 2 anos e após os 15 anos, felinos da raça persa são mais suscetíveis. A mortalidade pela doenças chega a 100 %.

Transmissão:

Pode acontecer por direta, utensílios contaminados e transplacentária. As vias de eliminação são as fezes, saliva e urina.

Fatores Predisponentes:

  • Desnutrição;
  • Superpopulação;
  • Infecções por Retrovírus (FIV e FeLV);
  • Tratamentos imunossupressores;

Patogenia:

Sinais clínicos:

Depende do tipo de reposta imune gerada pelo hospedeiro.

Pif efusiva - imunidade humoral

Pif não efusiva - imunidade celular e humoral parcial

Sinais clínicos inespecíficos:

Anorexia, apatia, perda de peso, vômito, diarréia, desidratação, mucosas hipocoradas, uveíte, icterícia e anemia.

Diagnóstico:

Anamnese

Sinais clínicos

Exames Laboratoriais

O hemograma pode apresentar leucocitose com neutrofilia e linfopenia. A análise de efusão revela exudato não séptico, viscoso e amarelado. Técnicas de Elisa e RIF podem indicar reação cruzada com coronavírus entérico ou resposta vacinal. O PCR é útil para separar animais não-portadores,mas não são confirmatórios, pois assim como nos exames sorológicos não distingue vírus entérico do vírus da PIF.Outras técnica de PCR como a que detecta Rna messageiro (mRNA) e PCR real-time tem sido desenvolvidos, entretanto ainda não possuem aplicabilidade na clínica.

Diagnóstico por imagem

Pode ser visualizado líquido na cavidade torácica e abdominal, aumento do volume dos órgão além de alteração dos linfonodos mesentéricos.

Necrópsia e histopatologia

Presença de líquido amarelado e viscoso na cavidade abdominal ou torácica. Presença de fibrina sobre as serosas de órgãos, aumento dos linfonodos mesentéricos e prsença de granulomas.

Tratamento

Cerca de 95 % dos casos evoluem para óbito.Alguns autores preconizam a utilização de corticosteróides com intúito de aumentar a sobrevida.


Autor:

Polliana Alves Franco

Médica Veterinária

Mestre em Ciência Animal pela UFMS


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ICTERÍCIA FELINA


Uma dificuldade que venho identificando na clínica é como diferenciar os tipos de icterícia demonstrados pela espécie felina. Muitos tem ainda uma visão limitada das doenças que podem acometer os gatos e acabam simplificando o diagnóstico em Haemobartonelose, lipidose ou platinossomíase. Algo que inviabiliza a administração da terapia específica de certas doenças e é um motivo que explica a não evolução positiva do quadro clínico.
O primeiro passo é identificar a icterícia observando se as mucosas estão amareladas, de modo geral o nível de bilirrubina total sérica está acima de 2,0 mg por decilitro .
O segundo coletar dados durante a anamnese que irão auxiliar na elaboração de uma lista de diagnósticos diferenciais tais como:
PROBLEMA É AGUDO OU CRÔNICO
ANOREXIA PROLONGADA
HISTÓRICO DE CAÇA
INGESTÃO DE MEDICAMENTOS
ECTOPARASITAS (PULGAS)
LIVRE ACESSO A RUA

VACINAÇÕES

O terceiro passo é observar ao exame clínico apatia, caquexia, grau de desidratação, hepatomegalia, coloração da pele e se além da icterícia as mucosas estão hipocoradas.
O quarto passo associar os dados obtidos na anamnese e a sintomatologia com os possíveis diagnósticos diferenciais:
PRÉ-HEPÁTICAS (HEMÓLISE)
•HEPÁTICAS
•PÓS-HEPÁTICAS (OBSTRUTIVAS)
Para que se enquadre nas causas hemolíticas é necessário que o hematócrito diminuído (abaixo de 18), geralmente a icterícia é mais branda que as outras. As enzimas hepáticas podem está ligeiramente elevadas. Pode se observar em alguns casos hemoglobinúria e hemoglobinemia. Depedendo da etiologia ou doenças concomitantes a anemia é regenerativa.
As causas possíveis são:
HAEMOBARTONELOSE
ANEMIA POR CORPÚSCULO DE HEINZ
IMUNOMEDIADAS
As doenças hepáticas estão associadas a uma Icterícia marcante e bilirrubinúria. Há elevação das transferases (ALT,AST) e pode ter elevação discreta de fosfatase alcalina. O Hematócrito é normal ou ligeiramente diminuido. Dependendo da progressão da doença ( aguda ou crônica) o fígado adquire tamanho variável.
Causas :
Primárias
Colangiohepatites
Peritonite infecciosa felina
Anormalidades porto-sistêmicas
Neoplasias primária
Secundárias
Toxinas /Medicamentos
Septicemia
Neoplasias metastátias

O causas obstrutivas do sistema biliar estão relacionados a altos níveis de bilirrubina conjugada, elevação de FA e GamaGT. Bilirrubinúria mais acentuada que na icterícia hepática.Aumento do tempo de coagulação.
Os diagnósticos diferenciais são:
•Lipidose
Platynosomum sp,
Pancreatite,
Neoplasias,
Cálculos
Fibrose (colangite crônica)

HEMATOLOGIA DO PORCO

Hemograma de porco doméstico A criação de pets não convencionais vem crescendo com o passar dos anos. Conforme o tempo vai passa...